Proibição de uso das próteses de silicone para seios da marca PIP gerou medo e correria às clínicas de cirurgia plástica
Há cerca de 20 anos, as cirurgias para implante de prótese de silicone nos seios era utilizada, na maioria das vezes, em casos de mastectomia (cirurgia de retirada do seio devido a câncer de mama). Com a evolução da tecnologia e medicina, elas se popularizaram e, com a proibição das próteses francesas Poly Implant Protèse (PIP) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as clínicas de cirurgia plástica aumentaram abruptamente o número de atendimentos.
O médico e cirurgião plástico João Gabriele, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) que trabalha em Bauru conta que muitas pacientes se desesperaram, mesmo sabendo que a prótese implantada nelas não era a PIP.
“O que aconteceu com as próteses PIP foi que a Anvisa fez um controle e percebeu que elas não preenchiam alguns pré-requisitos para serem comercializadas com fins médicos. Basicamente, as próteses têm um invólucro de silicone com conteúdo de silicone chamado gel coesivo. Estas não tinham resistência suficiente, podendo se romper com mais facilidade, por exemplo. O silicone que tinha dentro delas também não era adequado e poderia causar problemas, caso a prótese se rompesse”.
“Desde 2010 a orientação é de que essa (marca) não fosse mais utilizada. A grande preocupação em relação a estas próteses é o risco de uma ruptura. Elas eram muito utilizadas no sul do Brasil, e não na nossa região”, acrescentou.
Sem alarde
O fato das próteses da marca PIP não serem atestadas pela Anvisa não deve gerar pânico nas mulheres, segundo o cirurgião plástico João Gabriele.
“Quando acontece a ruptura desta prótese, geralmente o local apresenta dor, inchaço, vermelhidão e certo desconforto, mas algumas rupturas também não causam nada. A indicação é manter os exames de rotina e, se a mulher perceber qualquer alteração, procurar seu cirurgião ou médico de confiança. Não há necessidade de pânico”, frisa.
‘Cautelosa’
A assessora Lucymara Rodrigues, que possui prótese de silicone nos seios há quatro anos, diz que está apenas cautelosa com as informações que recebeu sobre as próteses com problemas.
“Não é tudo o que eu leio que acredito. A minha prótese não é esta (da marca PIP), então vou esperar e, se acontecer algo, vou procurar o meu médico. Por mais que os médicos digam a procedência da prótese, é difícil acreditar, não tem como sabermos. Temos apenas que confiar. Como tudo que está na moda, isso preocupa e vou tomar as precauções necessárias”.
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