segunda-feira, 18 de abril de 2011

Redução de seio: Na contramão das turbinadas, há quem queira um número menor de sutiã.




Sim, as brasileiras se renderam à moda dos seios fartos e as próteses de silicone já entraram para a lista de objetos de desejo de muitas mulheres. Há quem diga que a preferência nacional continua a mesma - um bumbum com tudo em cima -, mas é cada vez mais raro quem se contente em usar um sutiã tamanho pequeno. Muitas mulheres, porém, têm de seguir o caminho inverso para se sentirem finalmente felizes com o seu corpo e, em vez de aumentarem a comissão de frente, precisam diminuir o seu volume. Na era dos seios turbinados, acredite ou não, a cirurgia de redução mamária é uma das mais procuradas nas clínicas de cirurgia plástica Brasil afora.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, 32% das operações estéticas feitas no país em 2004 foram de correções nas mamas. Um número igual ao de implantes. A cirurgia plástica de redução ou mamoplastia redutora é indicada não só para quem deseja diminuir o tamanho do seio, mas também para quem está descontente com a forma da mama. Muito além de ser só preocupação estética, muitas mulheres procuram a cirurgia por uma questão de saúde. O excesso de peso, por conta do tamanho da mama, pode causar dores nas costas e até mesmo problemas de coluna. Há ainda aquelas que sofrem com assaduras na parte inferior do seio, e com dores e machucados constantes nos ombros por causa da alça do sutiã. Glamour à parte, um seio muito grande pode ser um problemão.
“Esta insatisfação pode ser baseada em uma questão puramente estética ou em incômodos físicos. Ela pode perceber que está ficando corcunda ou ter dores freqüentes nos ombros”
Mas, como definir se a mama realmente é grande demais e a cirurgia se faz necessária? Segundo o Dr. Douglas Jorge, diretor da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, não há como fazer este cálculo e a decisão final é mesmo da mulher. "A paciente define se a mama é motivo de desconforto. Esta insatisfação pode ser baseada em uma questão puramente estética ou em incômodos físicos. Ela pode perceber que está ficando corcunda ou ter dores freqüentes nos ombros. Ou simplesmente querer que o seio fosse menos flácido. Todas as informações são válidas", diz o cirurgião.
Procurar um médico e buscar informações é o primeiro passo. Apesar de ser uma cirurgia simples, alguns pontos devem ser levados em consideração, como o histórico da paciente, lembra o Dr. Douglas Jorge. "O médico irá verificar se ela tem diabetes, se já teve um infarto... Embora ela tenha o desconforto, pode não valer o risco. Não podemos ver apenas o lado da paciente", observa.
A idade certa
Para muitas mulheres, o incômodo surge desde cedo. No entanto, as adolescentes precisam ter calma antes de buscar a solução na mesa de cirurgia. Isso porque, na adolescência, a mama ainda está em desenvolvimento. Os especialistas dizem que, em geral, essa etapa fisiológica vai até os 16 anos, mas em algumas mulheres a mama pode crescer até os 20 anos. "O ideal é que se observe se a mama já alcançou seu tamanho definitivo, para então avaliar a necessidade de cirurgia", diz o Dr. Douglas Jorge.
A mamosplatia redutora pode ser uma forma de prevenir a ocorrência de algumas doenças, apesar desta visão causar discussões entre a classe médica. Durante a puberdade, a maioria das mulheres tem uma mama normal. Porém, após esta fase, quase todas apresentam algum tipo de alteração. É o que os médicos chamam de displasia mamária, com o surgimento de nódulos e cistos. Em algumas mulheres, há um risco maior de desenvolvimento de doenças graves e, nestes casos, retirar parte da glândula mamária poderia ser uma maneira de preveni-las. "Antes, essa era uma opção muito usada, mas hoje já existem formas mais eficazes de diagnóstico e prevenção", orienta o Dr. Douglas Jorge.
O processo cirúrgico
A mamoplastia redutora é vista como uma cirurgia simples. O tipo de anestesia usada depende do médico, mas geralmente é local ou peridural. A paciente fica internada um dia para observação, mas a intervenção em si costuma durar três horas. É, claro, que este tempo pode variar de acordo com o tamanho da mama e da quantidade de material a ser retirado.
O tamanho do seio não agrada? A dúvida é: quanto se deve retirar para ficar com o seio esperado. Segundo o Dr. André G. Freitas Colaneri, cirurgião paulista, especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a paciente não deve se preocupar em estabelecer uma quantidade. "No consultório, fazemos simulações para que ela indique como gostaria que os seios ficassem e, na cirurgia, buscamos este resultado. O que mais importa não é o quanto se deve tirar, e sim como será o resultado final. Tudo é pensado para deixar um tamanho harmônico com o biotipo da pessoa. E, muitas vezes, temos de tirar quantidades diferentes de um seio para o outro", explica.
Entre as mulheres, há uma grande preocupação quanto à cicatriz deixada pela operação. Novamente, isso dependerá da técnica usada pelo médico, do tipo de mama e da quantidade de tecido a ser retirado. É possível deixar cicatrizes bem discretas, mas os especialistas alertam que a técnica empregada varia de caso para caso, e a paciente não deve esperar milagres: "Usamos técnicas diferentes, já que as mamas não são iguais de uma mulher para outra. Sempre escolhemos a técnica que corrija aquela mama da melhor forma e tenha a cicatriz menor possível. Não deixar marcas é impossível, pois sempre será necessário um corte. Quanto mais glândula e pele tiverem de ser retiradas, maior será a cicatriz. Não existe mágica em medicina", afirma o Dr. André Colaneri.
Uma técnica muito utilizada é a que deixa cicatriz em torno da auréola, chamada periareolar. Em boa parte dos casos, a mama tem de ser suspendida e a auréola muda de posição. As cicatrizes podem ser ainda em forma de "T" invertido, na parte inferior da mama, ou em formato de "L" e "I" . É importante saber que as cicatrizes passam por diversas fases de transformação até atingirem seu estado final. Então, não adianta ser ansiosa. Em geral, apenas depois de um ano pode-se observar o aspecto definitivo da cicatriz, quando ela se tornará mais clara e menos consistente.
Um problema que algumas mulheres têm é a dificuldade de cicatrização ou tendência ao quelóide. Os médicos tentam prever a predisposição da paciente a este tipo de problema, analisando cicatrizes de cirurgias anteriores ou até acidentais. Porém, muitas vezes não é possível prevê-lo. Se o seu maior medo é mesmo a cicatriz, o consolo pode estar novamente na mesa de operação. Já existem recursos clínicos e até mesmo cirúrgicos que melhoram a aparência da cicatriz.
Voltando à vida normal
O pós-operatório da mamoplastia redutora não costuma ser complicado. Mas nem pensar em voltar à academia no dia seguinte. Na primeira semana, é preciso evitar suspender os braços e os pontos só são retirados após o oitavo dia. Para voltar à ginástica, a paciente tem de esperar por volta de dois meses.
Se um mês depois a mama já começa a apresentar um aspecto próximo ao definitivo, é apenas após o sexto mês que se pode verificar como os novos seios realmente ficarão. Por isso, ter tranqüilidade é essencial.
Muitas mulheres têm receio de fazer a cirurgia e o seio voltar a crescer. Isto vai depender de seus hábitos depois da operação. Na adolescência, o seio é constituído principalmente de glândula mamária. Conforme a mulher envelhece, ocorre a transformação de parte da glândula em gordura. Por isso, a mama tende a ficar mais flácida. A cirurgia de redução retira parte da glândula e também da gordura, já que não é possível definir exatamente o limite entre elas. A glândula não volta a crescer após seu período de desenvolvimento, mas a gordura pode voltar a se acumular na área. "A pessoa continua sendo ela, depois da cirurgia. Se ela engordar, vai haver acúmulo de gordura no corpo todo, inclusive na mama", explica o Dr. André Colaneri.

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